Malditas sinopses parciais e camufladas! Por que não falaram
que se tratava de um monte de meninas com tendências lésbicas?!
Anime de 2009, contando com 11 episódios, tão chato que
aborrece até quem curte esse tema. Mas já esclarecendo, não se trata de um
anime erótico, explícito, como alguns yaoi por ae... a temática é (ou deveria
ser) mais voltado ao romance. Se alguém está procurando cenas de meninas
peladas se agarrando não encontrará em Aoi Hana, hahahaha (ainda bem).
Vamos lá... Fumi e Achan são amigas de
infância. A primeira se muda com a família e só se reencontram uns 10 anos
depois, retomando assim, a amizade.
Fumi parece ser bastante insegura, introspectiva e
volúvel, está deprimida e sente-se de certa forma traída pela prima, que está
se casando. Fumi ama esta prima, mas fica um pouco subjetivo esse amor, não é
possivel afirmar de fato que trata-se de um amor fraternal e o desgosto que ela
sente pelo casamento trata-se de ciúme fraterno (se é que isso existe) ou é um
amor sexual e a tristeza vem de um sentimento de traição, de estar sendo
trocada.
Tudo isso até dá para engolir, uma vez que a idade em que a
menina está, e por ser excessivamente introspectiva e de poucos amigos sugere
que é possível que esteja com a sexualidade um pouco infantilizada, ligando-se
a qualquer um que lhe dê atenção, não necessariamente havendo ligação no
sentido, "desejo adulto".
Pois bem. Achan por sua vez é uma menina alegre e
comunicativa, não tem grandes problemas em se relacionar com qualquer
pessoa. (embora os introspectivos não tenham, necessariamente, dificuldade de
se relacionar). Achan sem dúvida é uma das melhores personagens, bastante
coerente e verossímil. É uma daquelas pessoas que são fáceis de se lidar,
franca e gentil, sem ser aquele tipo "descolada" (que cá entre nós me
causa pavor hahuahuahuahua)
Envolvida em sua dor por ter sido "traída pela
prima", e não conseguindo impor suas próprias vontades até em situações
escolares, acaba se deparando com Yasuko-senpai.
Essa bela figura de ar andrógeno trata-se de uma menina.
Essa ai também é complicada. Era (ou ainda é, não se sabe) apaixonada pelo
noivo da sua irmã mais velha (alias, é noivo da irmã e professor).
Foi rejeitada por ele e a partir dai, magoada, esconde
sua dor assumindo para os outros uma nova postura: corta
o cabelo curto e assume uma aparência masculinizada (para o delírio das
menininhas assanhadas da escola). Acaba ganhando bastante atenção, uma legião
de fãs que a assediam que, inconscientemente, incentivam a continuar
se comportando dessa maneira.
Fumi e Yasuko começam a namorar, mas sempre está implícito
que Yasuko ainda ama o professor. Também está implícito que Fumi só está
substituindo a figura da prima. Em algum momento Yasuko, diante das
inseguranças e ciúmes de Fumi, lhe pergunta se ela lembra qual foi o primeiro
amor dela.
Com os sentimentos bem bagunçados, Yasuko decide terminar
com Fumi. Fumi chora, chora, chora e quando Yasuko tenta uma reaproximação
(depois do casamento da irmã), Fumi afirma que ela é uma egoísta e que deveria
se concentrar em quem realmente gostava, e se não correspondida, deveria
desistir. Também diz que já desistiu de Yasuko. (Uma das poucas frases de
impacto de Fumi... hehe)
No final, Yasuko arruma as coisas para estudar na
Inglaterra. Fumi e Achan relembram seus momentos de infância e Fumi recorda que
o seu primeiro amor não foi sua prima, e sim, Achan.
Fim.
Gente, não gostei. É como eu disse, até quem não se importa
de ficar assistindo romances gays fica irritado com o rumo que a história
toma... parece que elas se envolvem uma com a outra só porque estão em uma
completa confusão interna, usando-se mutuamente. Muito, muito frustrante. A
série se assemelha mais a um "estudo de caso" do que a
um "romance"...
De qualquer forma, só porque eu não gostei não quer dizer
que eu ignore as boas coisas que ela trás: a "lição de moral" que a
Fumi deu em Yasuko foi uma delas. A bagunça interna de Yasuko e como ela lida
(e principalmente, como não lida) também é interessante de ser
observada. A amizade e companheirismo de Achan são notáveis. O próprio tema
da amizade que é retomada depois de muitos anos é viável e interessante. Alguns
comportamentos doentios aqui e ali de outros personagens são bons de se
observar também, dificilmente alguém passa pela adolescência sem apresentar
essas coisas... quem tem boa memória certamente se identifica. A qualidade
técnica do desenho também é muito boa, e a maneira como o conteúdo é
apresentado assume uma cadência e formas bastante sutis e delicadas.
No final de tudo, é como eu disse... a série nem trata de
romance... e o que alguém pode chamar de romance aí, é uma tentativa
desesperada de mascarar o amontoado de confusões internas, frustrações e
angústias. (De fato, para alguns pessoas "romance" é isso mesmo).
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