Nana (anime)


Temos ai 47 episódios com duração de, digamos, 20 minutos cada... isso totaliza 940 minutos... mais ou menos 15 horas da minha vida que foram dedicados a esse sofrimento mental e psicológico.........
Ok, ok. Por pior que seja a série, sempre há alguns pontos positivos. Com Nana não é diferente. Seria exagero e até injustiça da minha parte dizer que a série é um lixo. Definitivamente não é. Mas também eu não posso considerá-la enriquecedora ou inspiradora. Ela entra mais ou menos naquela categoria de documentário que você assiste uma série de tragédias e mazelas sociais. Isso é legal? Claro que não, mas é válido no sentido de lançar uma luz sobre a realidade que muitos ignoram.
A sensação que eu tenho de Nana é de tristeza. Nana não é um documentário, mas como é verdadeiro os sofrimentos e armadilhas relatados ali. 
Nana, como já disse, na sua versão anime possui 47 episódios (estreou em 2011), e é baseado no mangá criado por Ai Yazawa (pelo que sei, lançado em 2000 e ainda em andamento). Conta a história de duas moças que possuem o mesmo nome: Nana
Nana Kamatsu é uma jovem romântica, volúvel, infantil, ingênua e dependente. Sonha em se mudar para Tóquio e morar com o namorado lá (vivendo felizes para sempre). O começo da série relata essa transição, ela conseguindo ir para Tóquio. No trem rumo a capital, encontra Nana Oosaki, que é visualmente o oposto dela: dona de um estilo gótico-punk, Nana Oosaki é vocalista de uma banda punk e pretende se mudar para Tóquio e tentar sucesso lá. 
Apesar de passarem a viagem toda conversando (leia-se: Nana Kamatsu contando tudo sobre si), na chegada a capital se separam. Dias depois, quando ambas as Nanas procuram apartamentos para alugar, se encontram e acabam ficando com o mesmo apartamento, conseguindo assim um ótimo imóvel e despesas divididas. 
A partir dai a amizade começa a se fortalecer realmente, embora Nana Kamatsu seja a típica pessoa que suga as energias vitais de qualquer ser humano, sempre se fazendo de vítima, monopolizando a atenção e cuidados de todos que acabam cedendo as vontades por pena, compaixão ou sentimento de dever para "com o mais fraco". Entretando, para fazer escolhas idiotas esse tipo de pessoa nunca precisa de ajuda. Kamatsu faz uma série de escolhas precipitadas "guiadas pelo coração", se colocando em situações absolutamente desnecessárias, mostrando um padrão de comportamento que não só destrói e fere os demais como arruína os próprios sentimentos. 
Nana Oosaki apesar de não ter o mesmo padrão de comportamento destrutivo de Kamatsu, possui lá seus probleminhas sérios também. Abandonada pela mãe na infância e adolescência solitária, Oosaki desenvolve uma certa possessividade com os mais próximos, inclusive com Kamatsu, o que traz muito sofrimento e inclusive ataques de ansiedade. 
Nana trata de amizade e relacionamentos amorosos... No final de tudo, seja com as personagens principais ou secundários, tudo se resume a busca desesperada para aplacar o vazio interior usando para isso cigarro, bebida, promiscuidade sexual, prostituição, traição conjugal, mentiras, fugas, dependência... enfim... todo tipo de más escolhas... 
Eu creio que Nana tem o mérito de exemplificar como a vida pode se tornar uma bagunça se alguém guiar seus atos exclusivamente pelo coração. Se alguém quiser viver destroçado psíquica e emocionalmente, viva exclusivamente segundo suas emoções. Emoções devem ser domadas, caso contrário o coletivo e o privado estarão fadados ao caos. Eu sinceramente espero que as pré-adolescentes e adolescentes que leem tal obra percebam essas coisas.. e não tomem esse estilo de vida retratado como sendo o mais interessante a ser seguido (falando nisso, eu colocaria uma censura 21 anos nesse anime.. afff)
Apesar de ser uma série longa, devido a sua temática 47 episódios são adequados.. se fosse para condensar  todos os temas e ações em 23 por exemplo, Kamatsu seria uma vadia profissional e Oosaki estaria num hospício. 
Como o mangá ainda está em andamento, a primeira temporada termina em aberto, o que é bastante irritante. Nem sinal da segunda temporada também. O que por um lado é bom, pois talvez não tivesse estômago para aguentar uma segunda temporada tão cedo.
Como o seriado tem temática musical, principalmente mostrando a banda da Nana Oosaki e uma banda chamada Trapnest, há várias músicas que as pessoas podem se interessar. Eu particularmente gostei muito de uma chamada "A little pain", cantada pela personagem Reira da banda (do anime) Trapnest.
Na vida real, a cantora chama-se Olivia Lufkin. 
Por fim, Nana realmente é uma série que não passa em branco, provocando, creio eu, verdadeira paixão em alguns e em outros, muita irritação. 
Eu achei brilhante algumas cenas e a forma como foi retratado a interação de alguns personagens em vários momentos. Por outro lado, há muitas coisas irritantes. Eu acho que facilmente as mulheres se irritam com a Nana Kamatsu porque em muitos momentos ela chega a ser a caricatura e o extremo do impulso feminino, e isso creio que mexe com as mulheres porque sabemos que realmente é possível se comportar de maneira tão imbecil como a Kamatsu. 
Talvez a Nana Kamatsu agrida tanto pois no fundo todas possuem algum grau de "Nana Kamatsu" nelas.. seja um grau que signifique cuidado e zelo pelas pessoas, seja um grau de cometer todos os atos impensados apresentados no seriado (penso até que existem mulheres capazes de atos ainda mais absurdos do que os descritos.. hahah). 
É mais fácil simpatizar com a Nana Oosaki pois ela aparentemente é uma mulher forte e determinada, focada e decidida... embora ela tenha apresentado no anime fragilidades tão ou mais severas que a Kamatsu.

O importante é identificar qual e o grau de Nana que você possui...e trabalhar isso dai... hehe.. já que você pretende gastar (ou gastou) 15 horas da sua vida assistindo a série, ao menos que a use para refletir sobre sua própria personalidade e onde suas decisões estão te levando ;)

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