Anime com 10 episódios, produzidos em 2003
contando com a direção de Norihiko Sudo, escrito por Mami Watanabe e Rynosuke
Kingetsu.
Primeiro devo dizer que fui enganada pela
sinopse... sem dúvida quem escreveu a sinopse que li cursou marketing ou possui
a capacidade de ver beleza e profundidade nas coisas mais simplórias, banais e
chatas do mundo.
Eu gosto muito da temática musical, sempre
que há histórias que mostram pessoas principalmente durante o processo de
aprendizagem da música, me atrai bastante. Com esse interesse, apostei em
Piano.
O anime possui altíssimas doses de
sonífero, até para aqueles que apreciam temas do cotidiano sem grandes
aventuras (que é o meu caso).
A animação e design dos personagens é
bastante datada, apesar de ser produzido em 2003, é década de 90 animada. A
abertura é um caso a parte, provavelmente a mais chata de todos os tempos,
produzida certamente num momento de colapso mental e falta de criatividade dos
autores... algo como aquele momento em que você precisa entregar qualquer coisa
porque o prazo já passou e num ato de puro desespero você recorta várias partes
aleatórias de coisas já feitas, coloca uma melodia de fundo qualquer e entrega
como abertura.
Mas vamos a história propriamente dita....
Piano mostra dias absolutamente comuns com acontecimentos mais comuns ainda de
Mia, uma menina de 14 anos... contrariando o que sugere o título, o tema piano
por aproximadamente 2/3 da obra se enquadra no fato da personagem principal
frequentar aulas de piano uma vez por semana.. na verdade nada que justifique
colocar isso como título. Acariciar o gato é uma coisa mais frequente do que
ela sentar e estudar piano.. seguindo a lógica, o título poderia ser "A
menina acariciadora de gato".. Alias, ela é uma estudante veterana de
piano... está naquele momento em que não há paixão nenhuma pela música e só
continua a frequentar as aulas para seguir sua rotina de atividade extra
curricular. Alias, por quase todos os momentos Mia se mostra beirando a apatia
e depressão em suas atividades.
As aulas de piano são absolutamente
ridículas, consiste em entrar numa sala, tocar uma música e o professor não
ensinar absolutamente NADA. É sério, ele só fica olhando pela janela pagando de
phodão, mas é aquele típico personagem cara de ***. Completamente inexpressivo
como professor, e até mesmo como personagem, não acrescenta nada a história, a
única palavra de incentivo mais veemente que teve com Mia foi um "Não pare
com o piano", francamente conseguimos conselhos mais impactantes em
biscoitinhos da sorte.
Na parte final do anime o tema piano é
mais justificável, quando ela pressionada pelo professor, irá participar de um
recital da escola. Acontece que ela acaba tendo uma espécie de bloqueio para
compor uma música para apresentar, desencadeado por uma paixonite que ela
desenvolve na escola.
Tudo isso é retratado de maneira bem
lenta... quase angustiante.
Talvez o aspecto mais interessante do
anime seja a dinâmica familiar de Mia. Poucos animes retratam o dia a dia de
uma família dessa forma, com atividades extremamente comuns e cotidianas... com
probleminhas bobos do dia a dia, dos pais, etc. Sabe aquelas piadas que fazemos
"nossa, esse personagem não tem tempo nem de fazer um lanche".. Em Piano
você verá personagens fazendo lanches, simplesmente porque estão com fome, não
porque o lanche está envenenado ou coisa do gênero. hehehe... Tudo gira em
torno da rotina.
Mia possui uma irmã mais velha e trabalha
como guia turístico viajando pelo mundo. É retratada passando uns dias de folga
com a família, um aspecto interessante também, um adulto que tá meio de saco
cheio da vida e quer um pouco de descanso para repensar suas escolhas. Mas
também isso é um breve momento do anime, algo "resolvido" em um
episódio somente.
Mia também possui uma melhor amiga,
obviamente com personalidade e ânimo opostos ao seu, dá um toque de dinamismo
mas nada que seja muito revolucionário ou que destoe da proposta de apresentar
uma rotina diária sem grandes alardes.
Lá pela reta final do anime, Mia sofre um
rebosteio mental como todo pré adolescente, quando as características já
previamente depressivas delas elevam-se até a décima potência, e ela decide
parar de estudar piano e afins. Isso se resolve e volta atras, obviamente. A
série termina como uma dor de barriga frustrada, quando você corre desesperado
para o banheiro e no final, era só gases. Bem quando aquela guria finalmente
sobe no palco e vai começar a tocar a música no recital, termina a série. Mas
também, o que eu estava esperando né.
Eu gosto muito de séries que relatam dias
comuns, atividades comuns, etc.. mas essa parece que eu simplesmente perdi meu
tempo. Talvez o clima dramático tenha me causado uma certa depressão. Ver a Mia
sempre andando de cabeça baixa sem evoluir quase nada, parece que minha energia
foi igualmente drenada.......
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